domingo, 2 de agosto de 2020

Amor de Madrugada

AMOR DE MADRUGADA

                              

Vim pro Rio ver o cais

e também mulher bonita

mas, às vezes, bate a baita

da saudade lá das bandas

 

dos confins de meus gerais.

Lá é d’onde meu amor

beija doce feito mel

e se dá de corpo inteiro,

 

sem pedir nada de mais.

E, à noitinha, a gente toca

uma moda de viola,

ela canta de entoada,

 

puxa dança bem faceira

com os olhos cheios d’água,

e a viola chora-chora

nosso amor de madrugada.


Liberdade Geral

Liberdade Geral

 

"…o grande oceano da verdade permanece todo desconhecido diante de mim."

 

Sir Isaac Newton.

 

Minha poesia vai montar em Pégaso alado

e voar rumo ao céu estrelado e pular sobre

pedras no caminho, sair de selva escura

e emergir de mares nunca navegados,

 

e não mais catar pingos de luz pelo chão.

Vou fincar minha casa nos esteios

de Órion: Belatrix, Rigel e Betelgoso.

Ao passar pela Lua, vou matar o Dragão.

 

Farei guerra à mediocridade, e nunca mais

meus versos, diversos, vão lamber sal da Terra.

Agora vou viver só de poesia pura,

 

dormir e sonhar sempre, nas camas do céu,

junto a muitos de meus grandes amores,

sem medo e sem nenhuma compostura.