Ghesas
de Eros – Ninfa*
Assim,
tão femininos esses eu-te-amos,
e
ela se finge inocente donzela,
e
ela fecha os olhos e me beija a boca
quente
e úmida. As línguas
e
os lábios enlouquecidos com gritos,
soterrados
nas entranhas da terra,
e
nas cavernas da alma. O mundo ferve,
o
universo arde e ela me ama sem pejo,
e
não era fome de comida,
e
não tinha sede de bebida.
Tinha
fome e sede de vida,
e
ela sussurrava ais de ninfa apaixonada.
Vulcão
em lava, havia cheiro e gosto de mim nela,
gosto
e cheiro, infinito, em mim, dela.
Tudo
é a idade, uma gata faminta,
lábios
rubros e língua com gosto das manhãs.
Ela
besunta meu corpo com óleo profano
e
sua língua solta veneno
e
espalha combustível à fogueira.
Somos
fios nervosos da terra,
eletrons
que tentam sair para os céus.
*Poema
composto a partir do livro Ghesas de Eros de Paulo Bauler.
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